20160218

Douglas XB-42 Mixmaster

O uso de aviões para a guerra iniciou-se no início do século 20, tendo se popularizado na Primeira Guerra Mundial. Porém, a humanidade só veria o céu como um dos principais palcos de batalhas durante o início da Segunda Guerra, na década de 30.
Na iminência da grande batalha e do uso massivo das aeronaves, é natural que as nações resolvessem conduzir alguns experimentos aeronáuticos. Eles permitiram entre outras coisas o desenvolvimento de novos materiais na construção das aeronaves. No entanto, em alguns casos as coisas não deram tão certas assim.

Em 1943, próximo do fim da guerra, a Douglas decidiu, focar-se no desenvolvimento de novos tipos de bombardeiros, mais rápidos, leves e ágeis, divergindo da premissa das pesadas "fortalezas voadoras".

Clique sobre a imagem para ver em tela cheia

Nasceu então o projeto Douglas XB-42 destinado a criar um bombardeiro bimotor. O objetivo da Douglas era a velocidade, a nova aeronave fez isso muito bem, ela era capaz de atingir 660 km/h, com uma autonomia de 3.200 km, mesmo carregando mais de 3 toneladas de bombas – o dobro do que levavam os B-17. Esta aeronave foi prevista para ser um avião de ataque, mas a USAAF mudou a sua designação de XA-42 para XB-42 com a visão de que esta aeronave seria um substituto potencial para o Boeing B-29.

O bombardeiro XB-42 era o único com dois motores Allison V-1710 de 12 cilindros, refrigerado a água (inicialmente V-1710-103E) instalados no interior da fuselagem, logo atrás do cockpit, cada um impulsionado um conjunto de hélices montadas na parte posterior da cauda(*), no mesmo eixo e girando a contra-rotação. 

Esta configuração permitiu as asas tivessem um design limpo sem restrições, com um baixo coeficiente de arrasto. Embora não fosse exatamente uma novidade, já que esse esquema era utilizado em alguns modelos de caças, era a primeira vez que um bombardeiro era feito dessa forma.
Com os seus de três tripulantes, o primeiro protótipo voou maio de 1944, e provou ter um desempenho excepcional. 

Seu desenvolvimento continuou até dezembro de 1945, quando ficou decidido que o B-42 não seria produzido, chegou tarde, apesar de ser excelente, a guerra já havia terminado quando o projeto estava finalizado e pronto para ser produzido em grande escala.


O projeto teve uma sobrevida com protótipo modificado para ter turbo jatos sob as asas, sendo denominado XB-42A. Sendo finalmente cancelado em 1948, tendo o único exemplar restante sido entregue à Air and Space Museum Nacional em 1949. 

Uma versão redesenhada com os motores a jato colocados dentro da fuselagem, designada XB-43, que também não passou do protótipo.

(*) Sistema de propulsão do XB-42: Controle independente de hélices coaxiais - Como eles fizeram isso? – Leia mais em:


Post (184) - Fevereiro de 2016